terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Carta de Manoel dos Santos Loureiro à David Canabarro

Nesta carta, que ora transcrevo, fica claro, a fidelidade e o empenho do Cel. Loureiro em defender a monarquia e o império brasileiros sendo fácil entender a decepção do Cel. ao ser dispensado de servir à pátria pelo então barão de Caxias.

LOUREIRO, Manuel dos Santos
CV-5525 a CV-5563

CV-5525
Ilmo. Sr.
Acuso a recepção do ofício de V. Sa. datado de 3 do que rege, ao qual cumpre-me responder que me é bastante sensível o estado de desgraça a que está reduzida nossa pátria pelos desvarios de seus degenerados filhos. Eu não sou, como V. Sa. diz, o que obsto a sua pacificação, antes pelo contrário, faço todos os sacrifícios para consolidação do sistema monárquico, único capaz de nossa felicidade. Respeito a V. Sa. dizer que sirvo a um partido de galegos e se acaso eu não desviar-me da senda da honra e ligar-me a V.Sa. virá talar este departamento com as suas forças, respondo que o partido que defendo é o sistema monárquico e a integridade do império, sistema a que V. Sa. outrora desviado da carreira do crime prestou seus serviços; enquanto a v. Sa. evadir este departamento, a sorte das armas o decidirá. Finalmente concluo assegurando a V. Sa. que estou disposto a fazer todos os sacrifícios e exalarei o último alento da vida sustentando o trono da monarquia brasileira,[1v.] e que igualmente me consideraria o mais feliz dos homens se V. Sa. se despisse de paixões e de ilusões, abandonasse as fileiras desoladoras de nossa pátria e prestasse seus serviços ao governo imperial. Asseguro a V. Sa. minha estima e consideração.
Campo Volante, 10 de junho de 1837.
Ilmo. Sr. David Canabarro
Comandante da segunda brigada republicana.
(a) Manuel dos Santos Loureiro
Tenente-coronel comandante da segunda brigada imperial.
Anais do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul vol.10, 1991 p.134.

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