quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Manoel dos Santos Loureiro - Cel - a traição do barão de Caxias


Quando em novembro de 1842, o Barão de Caxias assumiu o governo da provincia do Rio Grande, trazia uma dupla missão: a de pacificar o estado e a de reconstituir o partido conservador, que devia ser o esteio do trono. No desempenho desta missão, teve ele que estabelecer preferencias entre os chefes militares e politicos a serviço do império. Obedecendo a um tal critério, eivado de personalismos, ao organizar as forças de seu comando, o barão de Caxias preferiu Bento Manoel a Manoel Loureiro, dando àquele o comando da divisão de cavalaria que este chefiara. Loureiro chocou-se profundamente com este ato, que traduziu pelo desapreço dos serviços que prestara, e embainhando sua espada, retirou-se para o seu lar.
Bento Manoel fora sem convicções. No começo da luta, Loureiro servira com ele, assistindo pessoalmente sua primeira pública defecção ( Bento manoel passara para o lado dos revolucionários) da qual originou-se prevenção jamais extinta entre eles. Preferido por este chefe, que se fizera seu rival e tenaz perseguidor, Loureiro não achou em sua consciencia excusas para o ato do barão; mas dedicado ao império em extremo, conservou-se a ele fiel, apesar de inúmeras solicitações em contrário. De regresso a são Borja, esteve por transferir sua residencia para a república vizinha, porque seus bens tinham sido confiscados pelo governo republicano. Recebendo, porém, nessa ocasião, uma carta de Bento Gonçalves que lhe dava a segurança da devolução de seus bens e do respeito integral de sua pessoa, permaneceu tranquilo em sua rica estância, onde efetivamente nunca foi desacatado.( Homero Batista - Almanaque Literário- 1901, p.225 Arquivo Histórico do RS)

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